No "site" do Colégio Cebes, as senhas de almoço compram-se aos gritos, com murros na mesa e se calhar algumas bofetadas. Veja-se o texto:
"As senhas de refeição estão à venda na secretaria e
deverão ser adquiridas na véspera e no próprio dia
imperativamente, até às 09H30." (in CEBES, negrito meu).
Ora, no site do Priberam - Dicionário online, pode consultar-se o sentido do termo "imperativamente":
"derivação de imperativo
imperativo
do Lat. imperativu
adj., que manda com autoridade;
que impõe;
s. m., ordem, imposição;
Gram., modo verbal que exprime ordem, exortação ou pedido."
Naturalmente o texto deveria conter o termo impreterivelmente:
"derivação de impreterível
impreterível
adj. 2 gén., que se não pode preterir;
que não pode deixar de se fazer;
que se não pode adiar." (op. cit.)
A confusão lexical é aceitável, considerando a proximidade dos fones que compõem os termos "imperativamente" e "impreterivelmente": o mesmo prefixo (im-), o mesmo número de sílabas, o mesmo sufixo (-mente). A diferença reside na realização morfológica das palavras primitivas: "-perativa-" num caso e "-preterivel-" no outro.
Explicada a facilidade com que os termos se podem trocar, resta-me pedir aos alunos do CEBES que não batam muito, nem gritem muito alto aos ouvidos dos funcionários da secretaria, quando forem comprar uma senha de almoço...